Cotidiano: Então é Natal...

por Maria Cristina Gomes

Foto: retirada do site Deviantart
O Natal é uma comemoração cristã que celebra o nascimento Jesus Cristo. O ciclo natalino inicia-se na véspera do Natal, dia 24 de dezembro, e vai até o dia de Reis, em 6 de janeiro. A festa envolve as famílias e é uma das celebrações mais coloridas da humanidade, sendo  a maior festa da cristã, do Ocidente. A data, que já era conhecida pelos primeiros cristãos, foi fixada pelo Papa Júlio I como o nascimento de Jesus Cristo, em uma tentativa de atrair o interesse da população. Pouco a pouco o sentido cristão modelou e reinterpretou.

É na evolução da história que é possível encontrar a compreensão de todos os símbolos natalinos. Em sua origem, as comemorações festivas do ciclo vêm da distante Idade Média, quando a Igreja Católica introduziu o Natal em substituição a uma festa mais antiga do Império Romano, a festa do deus Mitra, que anunciava a volta do Sol em pleno inverno do Hemisfério Norte.

O Natal é carregado de magia, gritos, cantigas, forma rudimentar do culto, um rito de cunho teatral, o drama litúrgico ou religioso medieval, ganhando diversas modificações no decorrer dos séculos. Nos templos, a teatralização ganha praças, largos, ruas e vielas, carros e ambulantes. Até aqueles que não acreditam ou não gostam da comemoração acabam comprando um presentinho aqui, outro acolá; uma estrelinha de belém na porta de casa, uma luzinha ou um mimo para marcar a celebração da vida – que é o autêntico sentido da festa. Independente do consumismo tão marcante da época, o Natal consegue manter símbolos sagrados desde a sua origem.

No Brasil, a emoção do povo é revelada nos folguedos natalinos por suas ações dramáticas, principalmente na região Nordeste, com o pastoril, o bumba-meu-boi, a cavalhada e a chegança, que fazem referências à ‘Noite de Festas’ e ao dia em que Jesus nasceu. Desses folguedos, o mais tipicamente natalino é o pastoril religioso, cuja essência está na temática da visitação dos pastores ao estábulo de Belém. Nascido na Europa, conta por meio de música a viagem até Belém e foi trazido pelos colonizadores portugueses, repassado aos brasileiros pelo teatro dos jesuítas, que catequizavam os povos, então, indígenas. Hoje, o pastoril não necessariamente apresenta trechos dramatizados, e traz basicamente a apresentação das jornadas encenada por jovens meninas. As pastoras recebem nomes de flores, e se apresentam obrigatoriamente em fileiras, divididas em dois cordões: o encarnado, liderado pela Mestra e posicionado no lado esquerdo, e o azul, no lado direito, comandado pela Contramestra. Esta posição das pastorinhas nos cordões originou grupos, que divididos em partidos, possuem preferências por determinada cor.  Entre os dois cordões, vestida com as duas cores, dança a Diana. 

Os outros personagens variam de acordo com a região; entre eles podemos encontrar: a borboleta, a cigana, a camponesa, a estrela, o anjo e o pastorzinho. As cores vermelho e azul representam a disputa entre cristãos e mouros, o que faz uma referência às lutas travadas na Península Ibérica pela conversão dos infiéis à religião católica, presentes também em outras manifestações populares como a Cavalhada.  As músicas, também conhecidas como jornadas, loas ou cançonetas, geralmente falam do nascimento de Jesus, do significado do natal e das personagens, estão sempre acompanhadas por pandeiros. Geralmente são apresentadas em três ritmos diferentes: marchinha, maxixe e valsinha.  O vestuário das pastoras é composto de saias e coletes bordados, blusas brancas, meiões e sapatilhas; na cabeça usam tiaras com flores, fitas ou pedras decorativas. Nas mãos geralmente trazem pandeiros ou maracás.  O espetáculo é acompanhado por instrumentos de percussão.

Simbologia

Árvore - Representa a vida renovada, o nascimento de Jesus. O pinheiro foi escolhido por suas folhas sempre verdes, cheias de vida. Essa tradição surgiu na Alemanha, no século 16. As famílias alemãs enfeitavam as árvores com papel colorido, frutas e doces. Somente no século 19, com a chegada dos imigrantes à América é que o costume espalhou-se pelo mundo. 

Presentes - Simbolizam as ofertas dos três reis magos. Entretanto, o hábito é anterior ao nascimento de Cristo, já que os romanos celebravam a Saturnália, em 17 de dezembro, com troca de presentes. O Ano Novo romano tinha a distribuição de mimos para as crianças pobres. 

Velas - Representam a boa vontade. No passado europeu, apareciam nas janelas, indicando que os moradores estavam receptivos. 

Estrela - No topo do pinheiro, representa a esperança dos reis magos em encontrar o filho de Deus; a estrela guia os orientou até o estábulo onde nasceu Jesus. 

Cartões de Natal - Surgiram na Inglaterra em 1843: John C. Horsley deu ao amigo Henry Cole, que sugeriu a redação de cartas rápidas para felicitar conjuntamente os familiares. 

Comidas típicas - O simbolismo do alimento na mesa vem das sociedades antigas que passavam fome e encontravam na carne, o mais importante prato, uma forma de reverenciar a Deus. 

Presépio - Reproduz o nascimento de Jesus. O primeiro a armar um presépio foi São Francisco do Assis, em 1223. As ordens religiosas se incumbiram de divulgar o presépio e a aristocracia investiu em montagens grandiosas; o povo, então, assumiu a tarefa de dar continuidade ao ritual.
  

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